RMC registra segundo melhor ano de exportações em 2023

January 20, 2024

RMC registra segundo melhor ano de exportações em 2023

Resultado consta em estudo mensal divulgado pelo Observatório PUC-Campinas


A Região Metropolitana de Campinas (RMC) exportou US$ 5,46 bilhões (R$ 27,01 bilhões) em 2023, marcando o segundo melhor desempenho em uma década. Este valor representa uma ligeira redução de 2,15% em comparação com os US$ 5,58 bilhões (R$ 27,6 ///bilhões) alcançados em 2022, conforme revelado em um estudo mensal sobre a balança comercial divulgado pelo Observatório PUC-Campinas. O setor de medicamentos (excluindo antissoros e vacinas) destacou-se como um dos mais bem-sucedidos no ano passado, impulsionando uma empresa a realizar investimentos significativos. 

Considerado o maior laboratório farmacêutico do Brasil, com unidades em Hortolândia e Jaguariúna, a indústria anunciou um investimento de R$ 11,3 milhões em tecnologia de automação logística e expansão de infraestrutura. Essas iniciativas visam aumentar em 30% a capacidade de expedição da empresa, alcançando a marca de 100 milhões de unidades de medicamentos enviadas mensalmente. O investimento está sendo direcionado principalmente para Jaguariúna, ponto de origem dos produtos que abastecem mais de 95% dos pontos de venda no Brasil e também são exportados para 55 países na Europa, América Latina, África, Ásia e Oriente Médio.

Marcelo Zambom, diretor de Logística da empresa responsável por essa operação, enfatizou que essa iniciativa contribui para manter a qualidade e pontualidade nas entregas. Ao mesmo tempo, ela diversifica e amplia o volume de negócios da empresa, representando mais uma frente de investimentos que consolida seu potencial competitivo e liderança no setor. Do montante total investido, R$ 2,3 milhões estão sendo aplicados em oito esteiras automáticas para identificação, conferência e despacho de produtos, além de um software exclusivo de gestão e automação de tarefas.

PARTICIPAÇÃO

Dos R$ 9 milhões restantes, destinam-se à expansão da área de armazenagem em 36,3%, com a construção adicional de 20 mil metros quadrados, que se somarão aos já existentes 55 mil m². Em 2023, os produtos que lideraram as exportações regionais foram os tratores e máquinas para a construção civil, totalizando US$ 353,06 milhões (R$ 1,46 bilhão), correspondendo a 6,47% do total. Em seguida, destacaram-se os medicamentos (US$ 315,22 milhões) e automóveis de passageiros (US$ 247,08 milhões).

Uma fabricante de equipamentos agrícolas e para construção, sediada em Indaiatuba, experimentou um aumento de 8% na produção de motores a diesel no ano passado, utilizados em sua linha de produtos e também vendidos a terceiros. Entre janeiro e novembro passados, a empresa produziu 2 mil unidades, sendo 60% destinadas ao setor agrícola. Fundada em 1960, a multinacional de origem japonesa inaugurou sua planta na RMC, que atualmente ocupa 10 mil metros quadrados. Além de atender ao mercado interno, a empresa exporta principalmente para países da América do Sul e África Ocidental, como República do Senegal e Gana. O coordenador de Vendas/Marketing da empresa, Cesar Roberto Guimarães de Oliveira, destaca que a marca é "pioneira na indústria brasileira ao fabricar linhas de tratores, microtratores e implementos agrícolas voltados para a agricultura familiar".

Apesar dos resultados positivos, as exportações da RMC registraram, em dezembro, a menor participação no resultado do Estado de São Paulo desde 2013, conforme apontado pelo economista e responsável pelo estudo da balança comercial do Observatório PUC-Campinas, Paulo Ricardo da Silva Oliveira. No último mês, o montante atingiu US$ 413,43 milhões (R$ 2,04 bilhões), representando 5,67% do total paulista. Este resultado permaneceu estável em relação aos US$ 413,8 milhões do mesmo período em 2022, quando a participação foi de 6,4%.

Na última década, a maior participação da RMC no panorama geral do Estado ocorreu em 2018, alcançando 9,26%, com exportações totalizando US$ 446,26 milhões (R$ 2,2 milhões). Contudo, a partir desse ano, a sua parcela tem experimentado uma queda constante. Esse declínio pode ser atribuído ao aumento nas exportações de produtos agropecuários do Estado de São Paulo, em consonância com a tendência nacional, em detrimento do setor industrial, que possui forte presença na Grande Campinas. As vendas ao exterior do agronegócio paulista atingiram a marca de US$ 28,39 bilhões (R$ 140,4 bilhões) em 2023, representando um incremento de 9,3% em relação a 2022. Este desempenho configura o melhor saldo de toda a série histórica, conforme dados fornecidos pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), órgão vinculado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento.

PERSPECTIVA

O agronegócio representou 40% das exportações paulistas em 2023, que somaram US$ 71,03 bilhões (R$ 351,45 bilhões). O estudo do Observatório PUC-Campinas apontou ainda que no ano passado as importações da RMC foram de US$ 13,59 bilhões (R$ 67,24 bilhões), o pior resultado desde 2020. O montante representou uma queda de 29,7% em relação aos US$ 19,33 bilhões (R$ 95,64 bilhões) de 2022.

"A redução das importações pode estar relacionada a queda no valor importado tanto de bens acabados como bens intermediários. Reduções expressivas na importação de bens intermediários indicam, em geral, queda do ritmo da produção industrial", explicou Paulo Ricardo Oliveira, que também é professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. Com isso, o saldo da balança comercial da RMC fechou 2023 com o défict de US$ 9,27 bilhões (R$ 45,86 bilhões), o menor valor desde 2020, quando foi de US$ 8,83 bilhões (R$ 43,69 bilhões).

Porém, o pesquisador do Observatório PUC-Campinas apontou para uma mudança de cenário este ano, com aumento da produção industrial, o que deve refletir em um aumento de 2,24% nas importações, uma vez que as empresas regionais são fortemente dependente e insumos importados para fabricação de seus produtos. "Essa previsão do Observatório é sensível aos movimentos gerais da economia. A gente observa o início de um ciclo de redução da taxa de juros, que se consolidar, sem nenhum fato que mude essa rota, deve haver um crédito mais barato. Com isso, tende tanto crescer o consumo das famílias quanto, principalmente, a formação bruta de capital fixo, que seria o investimento da indústria", explicou o economista.

"Dado que estamos em um momento com capacidade ociosa, esse crescimento tende a ser relativamente rápido. A indústria passa a produzir mais e deve haver um crescimento maior das importações. Esse ciclo de crescimento para 2024 pode alterar um pouco esse quadro da balança comercial", disse o professor da PUCCampinas. A previsão para as exportações regionais para este ano é de queda de 6,56%.

O estudo do Observatório apontou que Campinas liderou as exportações na RMC nos últimos 12 meses, com o total de US$ 1,12 bilhão ( R$ 5,54 bilhões). Indaiatuba se firmou na segunda posição com US$ 916,58 milhões (R$ 4,53 bilhões), ultrapassando Paulínia, que ficou em terceiro lugar com US$ 855, 99 milhões (R$ 4,23 bilhões).

Os principais destinos das exportações da RMC foram os Estados Unidos (18,4% do total), Argentina (17,82%), México (7,07%), Chile (5,39%) e Alemanha (5,38%). A China é a principal origem dos produtos importados da região, com participação de 24,24%. Depois aparecem os Estados Unidos (13,99%), Alemanha (7,18%), Índia (5,14%) e Coreia do Sul (4,4%). Os principais produtos importados em 2023 foram agroquímicos, circuitos eletrônicos, compostos hetocíclicos usados pela indústria química e aparelhos telefônicos.


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