Acredita Exportação: O novo impulso tributário para os pequenos negócios que apostam no comércio exterior

October 16, 2025

Exportar nunca foi — e dificilmente será — uma tarefa simples para micro e pequenas empresas. Além dos desafios logísticos, regulatórios e operacionais, há um componente silencioso que sempre corroeu margens e competitividade: a tributação incidente ao longo da cadeia produtiva.


Essa distorção histórica começa a ser corrigida com a liberação do novo sistema do Programa Acredita Exportação. A partir de agora, pequenos exportadores — inclusive os optantes pelo Simples Nacional — poderão solicitar a devolução de parte dos tributos federais pagos na cadeia de produção dos bens destinados ao exterior, por meio do PER/DCOMP atualizado.


Mais do que um benefício fiscal, trata-se de uma medida de ajuste estrutural que aproxima o tratamento tributário desses empreendimentos do princípio constitucional da não incidência sobre exportações — já consolidado para médias e grandes empresas, mas até então inacessível a quem mais sente os efeitos da complexidade tributária.


Por que essa medida importa


Equilíbrio competitivo: a devolução de aproximadamente 3% do valor exportado reduz o gap tributário entre empresas de diferentes portes e abre espaço real para que pequenas exportadoras ganhem escala e protagonismo no mercado internacional.


Simplificação e acesso: a utilização de um sistema já familiar para profissionais contábeis e fiscais (PER/DCOMP) facilita a adesão e amplia a segurança operacional do processo de compensação.


Transição inteligente: a política antecipa, de forma prática e controlada, os efeitos esperados da Reforma Tributária de 2025 no tocante à desoneração das exportações.


Capilarização do comércio exterior: com mais de 11 mil pequenas empresas exportadoras ativas em 2024 — quase 40% da base exportadora nacional — o impacto potencial é expressivo no PIB exportador e na diversificação de destinos e produtos.


Oportunidades e atenção técnica


A recuperação de tributos via PER/DCOMP exige governança fiscal e documental robusta. Embora a transmissão da declaração extinga o débito tributário de imediato, a Receita Federal do Brasil dispõe de até cinco anos para análise e eventual glosa de valores, caso os requisitos legais não sejam atendidos.


Esse detalhe, muitas vezes subestimado, reforça a importância de planejamento tributário, rastreabilidade operacional e consistência contábil — pilares essenciais para transformar benefícios fiscais em vantagens competitivas sustentáveis.


Mais do que incentivo: estratégia de posicionamento


Para o exportador, não se trata apenas de recuperar créditos. Trata-se de inserir inteligência fiscal na estratégia de internacionalização: alinhar custos, margens e precificação global considerando mecanismos de desoneração e compensação tributária.


Essa virada de chave pode ser a diferença entre estar no mercado e competir de forma estratégica e escalável no comércio exterior.


O Acredita Exportação representa, portanto, um marco de democratização do acesso a políticas de estímulo à exportação, recolocando micro e pequenas empresas no centro da pauta de expansão da base exportadora brasileira — não como coadjuvantes, mas como protagonistas.


Daniel Augusto Gonçalves Pereira

Advogado | Especialista em Classificação Fiscal de Mercadorias, Ex-tarifário e Catálogo de Produtos (NPI/DUIMP)

Head de Comércio Exterior – Grupo Assist

Diretor Adjunto de Comex – CCCER Campinas-SP

1º Secretário da Comissão de Direito Aduaneiro – OAB 3ª Subseção de Campinas-SP




Por ffreitas 22 de outubro de 2025
A Antecipação de recebiveis pode ajudar nos resultados financeiros das empresas exportadoras da região Metropolitana de Campinas e Interior Paulista Convidamos as empresas exportadoras da RMC e do Interior Paulista, estão para o webinar privado dia 30/10 às 12am, via Google Meet, sobre a Antecipação de Recebíveis para o setor Exportador - inscreva-se através do link: https://www.youtube.com/shorts/_oZgygMa4GQ 
Por ffreitas 18 de setembro de 2025
A Comissão de Estudos e Fomento ao Comércio Exterior e Logística, presidida pelo vereador Dr. Yanko, no Legislativo municipal. em parceria com a CCCER-SPI – Câmara de Comércio Exterior de Campinas e Região, presidida pelo empresário Márcio Barbado, promoveram no plenário da Câmara Municipal de Campinas uma importante palestra com o tema: “Os impactos da Reforma Tributária no Comércio Exterior” O evento contou com exposições enriquecedoras dos especialistas Manfred Preti, Allan Murça, Cláudio Barbosa e Daniel Pereira, que trouxeram análises profundas sobre os desafios e oportunidades que a nova estrutura tributária poderá trazer para as empresas e para a competitividade do Brasil no cenário internacional. A palestra reuniu autoridades, Ex Secretário de Relações Internacionais de Campinas Sinval Dorigon, Secretário de desenvolvimento econômico de Valinhos, Erwin Franiek, representante da cidade de Jaguariuna, João Rodrigues Almeida, Tom Proencio, ex-vereador de Jaguariuna, Dr Rodrigo Cirilo, Dr Fábio Barbosa, empresários e lideranças da região, diretores da Câmara de Comércio e vários agentes econômicos, consolidando Campinas como referência no debate sobre desenvolvimento econômico e comércio internacional. Diálogo, conhecimento e integração são fundamentais para preparar nossa cidade e o país para um futuro mais competitivo e justo. Diretores da CCCER presentes Luciano Caciato, Paulo Peres, Luiz Guimarães e Duncan Chaloba
Por ffreitas 9 de setembro de 2025
Foram analisadas mais de três mil empresas exportadoras dos setores da agropecuária e das indústrias extrativa e de transformação Compartilhe: Compartilhe por Facebook Compartilhe por Twitter Compartilhe por LinkedIn Compartilhe por WhatsApplink para Copiar para área de transferência Empresas brasileiras que passam a exportar aumentam, em média, 37,6% o número de empregados. É o que revela o estudo “Efeito aprendizagem nas exportações: como a inserção internacional transforma as empresas brasileiras”, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC). O levantamento confirma que a entrada no mercado internacional tem impacto direto sobre a geração de empregos formais. O estudo, que analisou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e da Secex entre 2010 e 2019, mostra que os efeitos positivos são consistentes ao longo do tempo e se mantêm para empresas de diferentes portes, que atuam em diversos setores da economia e exportam para diferentes mercados. Embora o salário médio não tenha apresentado variação estatisticamente significativa, o aumento no número de contratações fez com que a massa salarial total das exportadoras crescesse proporcionalmente mais. Além disso, uma amostra de empresas ativas em 2011 e 2018 revelou que trabalhadores que permaneceram nas mesmas empresas tiveram aumentos salariais médios mais expressivos do que os de empresas não exportadoras: 31,9% nas exportadoras, contra 29,2% nas não exportadoras. O estudo considerou o chamado efeito de “autosseleção”, a tendência de empresas mais produtivas se tornarem exportadoras, e confirmou que há um ganho real de emprego associado ao fato de passarem exportação. Amostra Foram analisadas mais de três mil empresas exportadoras dos setores agropecuário, extrativo e de transformação. Setores ligados a serviços, comércio e construção civil foram excluídos por não terem como atividade principal a produção de bens para exportação. A amostra incluiu apenas empresas com, pelo menos, cinco empregados em todos os anos, garantindo maior consistência à análise. A análise também dialoga com o relatório “Perfil das Firmas Exportadoras Brasileiras”, publicado pela Secex em 2023, que mostra que as empresas exportadoras são maiores, mais qualificadas e pagam salários mais altos do que as não exportadoras — mesmo dentro do mesmo setor e porte. Os novos resultados do estudo apontam que o ato de exportar possui papel fundamental nas diferenças relacionadas ao tamanho das empresas, reforçando que políticas de promoção às exportações têm potencial para impulsionar a geração de emprego formal no país. Para acessar os dados oficiais de comércio exterior, clique aqui. Para conhecer outros estudos da SECEX, clique aqui. Categoria Empresa, Indústria e Comércio